Conheça o projeto (BVM)12, nova bolsa de valores para empresas de pequeno porte
Uma bolsa de valores para empresas de tecnologia de impacto social está sendo desenvolvida em parceria com o Banco Maré. Trata-se da (BVM)12, que quer mudar a forma como as startups de pequeno porte se relacionam com o mercado. A intenção, com ela — cujo nome vem de Bolsa de Valores do Maré, com o 12 apontando o número de startups que o projeto pretende atingir — é criar uma oportunidade para que essas startups iniciantes ofereçam ações a pequenos investidores pessoa física, com mais facilidade do que conseguem na B3 (bolsa de valores oficial do Brasil).
Segundo o presidente da (BVM)12, Eduardo Baumel, a ideia da bolsa para startups de pequeno porte surgiu ainda em junho de 2019, como um projeto dentro do Banco Maré — que, por sua vez, é uma fintech criada no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, voltado a atender a população desbancarizada que vive em comunidades de baixa renda.
“O plano é permitir que as startups tenham uma alternativa para levantar capital, além dos mecanismos tradicionais. A expectativa é que as empresas façam ofertas públicas com uma captação de valores inferiores a 10 milhões de reais — considerado baixo para o mercado tradicional de ações. Em reportagem sobre o assunto publicada no dia 20 de novembro de 2020 na Exame, Baumel declara que “10 startups já demonstraram interesse em participar do projeto”.
Em matéria publicada no início de novembro, dia 11, o site de investimentos do Valor Econômico, o Valor Investe, havia informado que a (BVM)12 tinha começado a testar a plataforma entre 200 pessoas — diretores de empresas, pessoas do mercado financeiro e moradores do bairro Maré, no Rio, estavam nesse grupo.
A reportagem do Valor também destacou que a nova bolsa ainda não havia sido regulamentada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), mas que já tinha fechado contrato com a Falconi, consultoria de gestão de grandes empresas da B3, e com a Accountfy, startup de gestão financeira. “A ideia é que essas empresas validem a gestão e as finanças, respectivamente, das startups de impacto social candidatas à listagem na nova bolsa, cobrando mais barato dessas empresas pelos seus serviços”, destacou o Valor Investe.
Nesse sentido, a Exame ressaltou que outra parceria da (BVM)12 “é com o serviço de pagamentos digitais PicPay, que vai permitir aos clientes comprarem ações das empresas por meio da plataforma”. “E a startup Simpact deve ajudar a gerar relatórios sobre os impactos sociais e ambientais provocados pelas empresas que tiverem ações na bolsa de valores para empresas de tecnologia”, acrescentou a matéria.
“O que a gente quer trazer é uma segurança mínima para esse investidor. A ideia é trazer essas empresas como parceiros para mostrar que existe uma estrutura mínima dessas startups para que ele se sinta seguro”, afirmou Eduardo Baumel.
Funcionamento
“Para ser mais simples e barato do que a bolsa tradicional, o projeto prevê que toda a estruturação, intermediação e liquidação das operações na nova bolsa sejam feitas por meio de ‘blockchain’, a tecnologia por trás das criptomoedas. As ações seriam emitidas na forma de tokens e registradas de forma digital”, explicou o Valor Investe sobre como foi pensado o funcionamento da (BVM)12.
“Os investidores só poderiam comprar ações com a palafita, moeda própria do Banco Maré, reconhecida pelo Banco Central. Para isso, precisariam comprar a moeda e investir por meio de uma plataforma on-line, como os aplicativos PicPay e Grão”, completou a reportagem do Valor.