Haroldo Jacobovicz — Desemprego disfarçado e as perspectivas de recuperação econômica
https://unsplash.com/photos/XrSzacdYbtQ

Desemprego disfarçado e as perspectivas de recuperação econômica

Haroldo Jacobovicz
2 min readOct 19, 2021

--

O noticiário tem usado um termo que chama a atenção: “desemprego disfarçado”. O conceito — que se refere às pessoas que perderam o emprego e buscaram ocupações secundárias, informais e precárias, para ter alguma renda — foi cunhado pela economista inglesa Joan Robinson, em 1936, e ganhou evidência no Brasil na pandemia de Covid-19.

O tema é abordado em reportagem da Folha de S.Paulo publicada em setembro, que traz a tese da economista e professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), Julia Braga. Na avaliação de Júlia, o desemprego disfarçado distorce a realidade nas estatísticas de desocupação.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada no fim de setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, indica que a taxa de desemprego foi de 13,7% no trimestre encerrado em julho de 2021.

O resultado mostra queda de 1 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre encerrado em abril, quando a taxa estava em 14,7%. Mas, no trimestre correspondente aos meses de fevereiro, março e abril de 2020 — ainda sem os impactos da pandemia — a taxa de desocupação estava em 12,6%.

Em seu estudo, Julia Braga estima que a recuperação da atividade econômica será insuficiente para reduzir a taxa de desemprego pelos próximos quatro ou cinco anos. A tese do desemprego disfarçado aponta que “mesmo quando há retomada da atividade após uma crise econômica, as pessoas que perderam o emprego formal não voltam a ter a mesma posição de antes porque ao sair do mercado de trabalho, perdem qualificações profissionais, dificultando sua reinserção”.

Segundo a economista, o mercado de trabalho demora a reagir à recuperação da atividade após uma crise econômica. É natural o empregador esperar que as vendas se consolidem para fazer novas contratações. No cenário pessimista, ela prevê que a taxa de desemprego pode atingir 17%.

A reportagem da Folha traz ainda a visão do professor de economia da Universidade de Brasília (UnB), Roberto Piscitelli, que alerta para as consequências de um possível agravamento no cenário de instabilidade em 2022 devido às eleições. Para ele, “as incertezas freiam iniciativas e investimentos que gerariam postos de trabalho”.

Mais informações sobre o tema estão disponíveis na reportagem completa publicada pela Folha de S.Paulo ou na íntegra do artigo Desemprego Disfarçado Revelado, da economista Julia Braga.

--

--

Haroldo Jacobovicz

Engenheiro Civil, Empresário e Investidor Brasileiro. Fundador da Arlequim Technologies S/A | Curitiba, Paraná Brasil | http://haroldojacobovicz.com.br/