Impacto de grande alcance e de longo prazo na saúde mental é um dos prejuízos da Covid-19, segundo a OMS
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e autoridades europeias alertaram, no último dia 22 de julho, que a pandemia da Covid-19 terá um “impacto de longo prazo e de grande alcance” na saúde mental das pessoas. A observação foi feita na abertura de um fórum europeu que aconteceu em Atenas, capital da Grécia, sobre os impactos do novo coronavírus.
Segundo a OMS, as consequências da pandemia em relação à saúde mental da população vão além do medo do contágio pelo vírus ou da doença em si. Conforme o que enfatizou o Diretor da OMS na Europa, Hans Kluge, “o estresse causado pelas desigualdades socioeconômicas e pelos efeitos da quarentena, do confinamento, do fechamento de escolas e dos locais de trabalho tem consequências enormes”.
Kluge frisou que “a pandemia abalou o mundo”. “Mais de quatro milhões de vidas foram perdidas em todo o planeta, rendas foram destruídas, famílias e comunidades se separaram, empresas quebraram”, pontuou ele.
Em reportagem sobre o assunto, publicada no dia 23 de julho, o jornal Correio Braziliense destacou que os alertas feitos em Atenas entram “em concordância com estudos científicos mostrando aumento das taxas de distúrbios psiquiátricos, como depressão e ansiedade, ao longo da crise sanitária”.
“Dados sobre depressão e ansiedade de diversos países já indicam os impactos da pandemia. Em dezembro, uma pesquisa feita pelo Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos com 800 mil pessoas mostrou que 42% delas tiveram sintomas dos dois distúrbios em 2020 — um aumento de mais de 200% considerando o ano anterior”, relatou a matéria.
Na reportagem, o jornal Correio Braziliense também apontou um estudo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), publicado em agosto de 2020, no jornal The Lancet, mostrando um crescimento de 90% nos casos de depressão no Brasil, durante a pandemia de Covid-19. “A análise revelou, ainda, que o número de pessoas com crise de ansiedade e estresse agudo praticamente dobrou entre março e abril de 2020, no início da crise sanitária”.
Nesse sentido, uma das recomendações feitas pela OMS e autoridades europeias, foi a adoção imediata de medidas. “Estamos falando de um componente-chave da nossa saúde, que requer ação (dos governos) agora. Precisamos falar abertamente sobre o estigma que acompanha a saúde mental”, acentuou o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis.
Algumas orientações da Organização Mundial da Saúde:
- O fortalecimento dos serviços de saúde mental nos países;
- A melhora do acesso à atenção por meio de tecnologia digital;
- O aumento dos serviços de apoio psicológico nos ambientes de ensino (escolas e universidades) e nos locais de trabalho; e
- O aumento dos serviços de apoio psicológico para quem trabalha na linha de frente no combate à covid-19.
“A saúde mental e o bem-estar devem ser percebidos como direitos humanos fundamentais”, evidenciou Hans Kluge.