Considerações do Haroldo Jacobovicz sobre Bernard Pras

O trabalho do artista plástico Bernard Pras é instigante e inspirador

Haroldo Jacobovicz
3 min readOct 17, 2023

Recentemente, falei sobre a série “WeCrashed”, disponível em serviços de streaming, inspirada na trajetória de uma startup de coworking. Dedico boa parte do meu tempo livre à leitura, séries, filmes, música e obras de arte. No campo artístico, tenho especial admiração pelo trabalho do artista plástico francês Bernard Pras.

Bernard Pras nasceu em 1952, em Roumazières-Loubert, na França — e, ainda muito jovem, na década de 1980, inventou a técnica chamada de aquagravura. Essa forma de pintura marcou uma série de quadros dele dedicados a reproduzir as obras clássicas de alguns pintores como Bram Bogart, Bengt Lindström, Karel Appel, Corneille, Niki de Saint-Phalle, Balkenhol e, inclusive, da brasileira Laura Michelino.

Inquieto e sempre atento a novas formas de criação artística, a partir dos anos 1990, Pras passou a explorar uma nova vertente artística, constituída por instalações e acumulações de objetos heteróclitos, ou seja, totalmente diferentes entre si. As peças, reunidas minuciosamente como em um mosaico, quando observadas de um determinado ponto focal, ganham um formato bem definido e reconhecido pelo público. Trata-se do princípio da anamorfose, que, a partir daí passou a ser a marca registrada do artista francês.

Por meio dessa nova técnica, ele reinterpretou imagens clássicas de pintores como Van Gogh, Francis Bacon, Manet e Andy Warhol. O trabalho consiste em instalações construídas com os mais diversos objetos do cotidiano, — como peças de brinquedo, de maquinário, tampinhas e sucatas em geral — que reinventam também, de forma curiosa e inusitada, retratos de artistas, obras clássicas, ícones da história da humanidade, personagens da cultura francesa, personagens de desenhos animados, entre outros. No seu portfólio, há imagens de figuras como Jimmy Hendrix, Albert Einstein, Marilyn Monroe, Mickey, Capitão América, Estátua da Liberdade.

Entre todos os trabalhos dele, o meu preferido é a releitura feita da obra “Arlequim”, criada, originalmente, por outro artista francês, o pintor Paul Cézanne, por volta dos anos de 1888 a 1890. A foto da releitura do artista plástico traz um aspecto lúdico e inusitado para o personagem do imaginário coletivo que inspirou o nome da empresa de tecnologia que fundei no fim de 2021, a Arlequim Technologies.

O quadro expressa muito bem características que valorizamos no nosso dia a dia empresarial como o espírito criativo, inovador, provocativo e sem preconceitos que estimula as pessoas a olharem por novos ângulos, abrirem suas mentes e experimentarem o novo.

Enfim, quem é apaixonado pelo que faz está sempre em busca de referências e inspirações a todo o momento, seja em viagens, nas atividades rotineiras, nas leituras, nas conversas, no lazer, com amigos e com a família. Foi o que aconteceu com o nome Arlequim que eu trouxe do meio artístico para minha realidade empreendedora na área de virtualização de computadores.

Mas, e você, quais referências e inspirações do seu mundo pessoal transbordam para seu mundo profissional (ou vice-versa)?

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Haroldo Jacobovicz

Engenheiro Civil, Empresário e Investidor Brasileiro. Fundador da Arlequim Technologies S/A | Curitiba, Paraná Brasil | http://haroldojacobovicz.com.br/