Para competir com o ChatGPT, Google lança o Bard — e o Brasil fica de fora da novidade

Desde maio deste ano, o ChatGPT, Inteligência Artificial (IA) que gera textos baseados em linguagem conversacional, ganhou um concorrente: o Bard, lançado pelo Google inicialmente em três idiomas: inglês, japonês e coreano e disponível em 180 países. O Bard chegou ao mercado para disputar espaço com o ChatGPT, serviço pioneiro lançado em novembro de 2022 pela OpenAI e financiado principalmente pela Microsoft.

Em reportagem sobre o assunto publicada na Folha de S. Paulo na ocasião do lançamento do Bard, o Google não explicou por que o Brasil não integrou o grupo de países contemplados com a novidade. Segundo posicionamento oficial exposto no jornal, o plano é fazer a expansão para outros idiomas além do inglês, para outros países e regiões de forma gradual.

Argentina, Bolívia, Chile, Equador, México, Paraguai e Peru estão entre os países da América Latina que já têm acesso à nova ferramenta. Entre os que ficaram de fora, estão os países membros da União Europeia. O jornal Folha de S. Paulo sugere que a forma mais criteriosa como as novas tecnologias estão sendo analisadas nestes países pode ser a razão pela qual não estão entre os territórios prioritários do lançamento. A reportagem analisa que “em comum, o Brasil e o bloco europeu têm entrado em embates com as big techs em temas como a regulação da inteligência artificial, práticas anticoncorrenciais e combate às fake news”.

No início de junho, a BBC News chamou a atenção para a disputa entre os concorrentes pela preferência dos usuários. “O Google começou a corrida para desenvolver chatbots de inteligência artificial em um ritmo mais lento do que o da rival OpenAI, mas a diferença está diminuindo”, afirmou a reportagem do grupo de notícias britânico. Segundo a análise publicada, as diferenças entre o ChatGPT e o Bard “ainda são perceptíveis, mas especialistas indicam que a corrida está se intensificando”.

A matéria da BBC reportou as ponderações do Chief Technology Officer (CTO), da Hexabit (empresa de IA com sede no Texas, nos Estados Unidos), Ricardo Carreón. Para ele, no momento, o ChatGPT-4 está em vantagem e o Bard surge como um desafiante. Ele acrescentou, porém, que “as plataformas ainda vão ficar mais próximas, e a competição ficará acirrada”. Segundo avaliação do executivo, “A questão será como a base de usuários evolui em ambas as plataformas. O que está em jogo é quem vai ter mais usuários”.

Se a polêmica em torno do ChatGPT já existia por conta do estágio de evolução da IA e suas possíveis consequências, pode ser que ganhe mais força em torno das decisões por incluir ou excluir determinados países nos lançamentos das novas ferramentas da mesma categoria que chegam no mercado. São questões que só serão respondidas com o tempo. Resta aguardar as “cenas dos próximos capítulos” — e seguir acompanhando a explosão de novidades impulsionadas por IA no mercado tecnológico para analisar as movimentações e como este novo cenário competitivo vai se configurar. É o que eu vou fazer por aqui!