Paris 2024: o orgulho, o espírito olímpico e o show das atletas brasileiras vão ficar para sempre na memória do Brasil
Tomados pela vibração positiva, e por uma mistura de sentimentos difíceis de definir, nós, brasileiros, vivemos, entre os dias 26 de julho e 11 de agosto, um episódio à parte em nossas vidas. Foram 17 dias em que, emocionados com as histórias de superação dos nossos atletas, festejamos cada um dos nossos 20 pódios — três deles no degrau mais alto da plataforma tão cobiçada pelos atletas.
Os Jogos Olímpicos são um dos mais populares eventos esportivos do mundo, realizados a cada quatro anos, e têm como principal símbolo a clássica imagem dos cinco anéis entrelaçados, todos do mesmo tamanho. Idealizado pelo francês Pierre de Coubertin, fundador do Movimento Olímpico e dos Jogos Olímpicos Modernos — o símbolo traz cada
um dos aros representando um continente: Américas, Europa, Ásia, África e Oceania. E esse entrelaçamento faz alusão à união entre todos os povos, transmitindo a mensagem de harmonia e fraternidade. Há competição sim, mas é um movimento saudável que celebra talentos e desempenhos notáveis, independente de fronteiras, diferenças culturais, disputas
territorialistas ou conflitos bélicos.
Não por acaso, quando pensamos em “espírito olímpico”, a associação é direta com respeito, solidariedade, equidade, fair play, além de histórias de reconhecimento e superação. A reverência feita no pódio pela atual atleta número 1 da ginástica artística feminina, a americana Simone Biles, junto com sua colega Jordan Chiles, a nossa medalhista de ouro na prova de solo da modalidade, a brasileira Rebeca Andrade, foi um dos momentos
mais emblemáticos de Paris 2024. E, certamente, ficará eternizada na história das Olimpíadas. Na ocasião, as norte-americanas ocuparam o segundo e terceiro lugar no pódio, mas foram protagonistas de um dos momentos mais marcantes dos Jogos deste ano — uma perfeita ilustração do espírito olímpico. No quadro de medalhas, o Brasil ficou em 20º lugar entre 204 países representados. Foram três medalhas de ouro, sete de prata e dez de bronze. Já tivemos desempenhos melhores em edições anteriores, mas o brilho feminino e o caráter fraterno da competição
nunca estiveram tão presentes como nesta última edição. Só para lembrar: em 2021, em Tóquio, ocupamos 12ª colocação; em 2016, no Rio de Janeiro, ficamos na 13ª posição, e antes, em 2004, em Atenas, alcançamos a 16ª colocação.
Este ano, pela primeira vez na história do Brasil dentro das Olimpíadas, a delegação brasileira contou com mais mulheres do que homens: foram 163 atletas na ala feminina, e 126 na masculina. E foram justamente elas que trouxeram de Paris as nossas três medalhas de ouro:
● Rebeca Andrade, na categoria solo da ginástica artística;
● Beatriz Souza no judô, na categoria acima dos 78 quilos; e
● Ana Patrícia e Duda, no vôlei de praia.
O time feminino brasileiro de ginástica artística — que, além de Rebeca Andrade, contou com as atletas Jade Barbosa, Flávia Saraiva, Júlia Soares e Lorrane Oliveira — foi outro destaque em Paris 2024, com a conquista da primeira medalha olímpica da modalidade, na disputa por equipes. Foi um bronze com gostinho de ouro. Já a seleção brasileira feminina de futebol voltou a disputar uma final Olímpica depois de 16 anos…e levou a medalha de prata nesta que, provavelmente, foi a despedida na competição da Marta, ícone do futebol feminino mundial com a camisa 10 brasileira.
A admiração estende-se a todos os nossos atletas, mas é indiscutível que a nossa delegação feminina fez história nos Jogos Olímpicos de Paris. Das 20 medalhas conquistadas pelo Brasil, 12 foram delas — incluindo o bronze da “fadinha brasileira” Rayssa Leal, no Skate Street. Isaquias Queiroz levou prata na prova individual da canoagem; Caio Bonfim também foi prata na Marcha Atlética de 20 quilômetros; e Gabriel Medina conquistou o bronze no Surfe. Para completar, teve a medalha de bronze da equipe mista brasileira formada por Beatriz Souza, Rafaela Silva, Larissa Pimenta, Ketleyn Quadros, Daniel Cargnin, Rafael Macedo, Léo Gonçalves, Guilherme Schimidt, Rafael Silva e Willian Lima.
Foram tantas emoções nesses 17 dias que a despedida no último domingo, 11 de agosto, foi meio difícil. O residual é muito orgulho dos nossos atletas, e a certeza de que o esporte pode ser, sim, o caminho para um futuro melhor — além de atuar como exemplo de união, respeito e solidariedade.
Que as Olimpíadas funcionem como inspiração para novas gerações de atletas capazes de representar o Brasil no futuro. Que nossas crianças e adolescentes tenham sido influenciados a praticar mais esportes ao ar livre ou em ginásios, em equipe ou individualmente. E que cada um de nós, a seu modo, possamos apoiar o esporte brasileiro rumo a 2028 para fazer história também em Los Angeles!