Saúde mental é a base para a prosperidade na vida pessoal e profissional
Eu tenho clara percepção de que o equilíbrio emocional e a saúde mental são pré-requisitos para uma vida plena e produtiva. Gosto de cuidar não só da saúde física, mas estou sempre atento aos aspectos emocionais, aos tempos de pausa, lazer, esporte e interação social. Nas empresas do Grupo que hoje presido, a diretriz é cuidar das pessoas e da sua qualidade de vida para que o convívio nos escritórios seja leve, acolhedor e de apoio mútuo, com um bom balanceamento entre vida profissional e vida pessoal. Dentro da assistência médica oferecida, constam terapias e suporte em momentos sensíveis como falecimento de familiares ou tratamento de doenças graves. Essa sempre foi uma atitude corporativa importante que faço questão de preservar.
O assunto tem ganhado cada vez mais relevância, especialmente depois da pandemia de Covid-19. Segundo definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde mental é um estado de bem-estar que permite às pessoas lidarem com o estresse da vida e reconhecerem suas habilidades para seguir aprendendo, trabalhando e contribuindo com a comunidade.
O Relatório Mundial sobre Saúde Mental, divulgado em 2022 pela OMS, aponta que cerca de 970 milhões de pessoas no mundo apresentavam algum transtorno mental — sendo ansiedade (31%) e distúrbios depressivos (28,9%) os mais comuns. A publicação também traz números detalhados — 301 milhões de pessoas no mundo vivendo com transtornos de ansiedade; e 280 milhões vivendo com transtornos depressivos.
Dentre as conclusões, o levantamento apontou que os transtornos mentais são a principal causa de incapacidade na vida das pessoas. Além disso, quem apresenta problemas graves de saúde mental têm uma expectativa de vida 10 a 20 anos menor que a população em geral.
Dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, por sua vez, mostraram que, em termos profissionais, em um recorte nacional, o Brasil contabilizou, em 2022, 2.424 notificações de transtornos mentais relacionados ao trabalho, o maior número da série histórica da entidade, iniciada em 2007. No mesmo estudo, as doenças mentais aparecem como a terceira maior causa de afastamento por doenças não acidentárias no país, com 13% dos casos.
A saúde mental precisa de máxima atenção
Transtornos mentais têm atingido cada vez mais a população mundial, tanto em âmbito pessoal quanto profissional. Trata-se de um problema sério que deve ser tratado com a devida importância.
No Relatório Mundial sobre Saúde Mental, a Organização Mundial de Saúde sugere três caminhos para enfrentar o problema:
- Aprofundar o valor e o compromisso que damos à saúde mental;
- Reorganizar os entornos que influenciam a saúde mental — incluindo lares, comunidades, escolas, locais de trabalho, serviços de saúde etc.; e
- Reforçar a atenção à saúde mental ao criar lugares, modalidades e pessoas responsáveis por oferecer os serviços, além de reavaliar o perfil do público que necessita de apoio e tratamento.
Longe de ser algo isolado, a saúde mental é influenciada pelo macro ambiente. Ela recebe interferências de fatores biológicos, psicológicos e sociais. Ou seja, a saúde mental envolve o corpo, as emoções e a forma como interagimos. Portanto, todos precisam contribuir com o bem-estar de todos — cuidar de si e apoiar o próximo! A vida é feita de relações, seja na família, entre amigos e no trabalho onde passamos longas horas diariamente. Empatia, cooperação e interesse genuíno pelos colegas pode ajudar muito. Neste tema, acredito que a palavra-chave é humanização. E com o bombardeio de informações, estímulos e atribuições que recebemos todos os dias, é fundamental preservar nosso aspecto humano.