Um mês de maio diferente: os dias que mexeram com os corações de todos os brasileiros
O mês de maio de 2024 foi devastador para os gaúchos — período em que o Rio Grande do Sul (RS) enfrentou a maior enchente de toda a sua história. Foram centenas de vidas perdidas, além da destruição de casas, construções, pontes, rodovias e bairros inteiros levados por uma tragédia climática sem precedentes. Mais de 90% dos 497 municípios do estado foram impactados pela força das águas que inundaram os lares dos moradores do Sul do país.
Os primeiros alertas sobre a proximidade da chuva forte na região foram feitos pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) no fim de abril. Pouco mais de duas semanas depois, o balanço da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, divulgado dia 16 de maio já contabilizava:
- 461 municípios gaúchos atingidos pelas cheias;
- 2.281.830 pessoas afetadas;
- 540.192 pessoas desalojadas, ou seja, fora de suas casas;
- 77.199 pessoas em abrigos;
- 806 pessoas feridas;
- 104 pessoas desaparecidas;
- 151 mortes confirmadas (somente de pessoas — além das incontáveis vidas de animais que não puderam ser salvos);
- 76.620 pessoas resgatadas; e
- 11.932 animais resgatados.
Esses são os dados oficiais até então, mas os números reais da tragédia talvez jamais sejam contabilizados com exatidão. A mídia divulgou amplamente questões relacionadas às causas da catástrofe, o que gera uma importante reflexão sobre a consciência ambiental e o planejamento urbano que ainda vai gerar muitos desdobramentos. E a percepção de que somos um único planeta — o que acontece em uma determinada geografia tem repercussões na mesma ou outras localidades cedo ou tarde.
O outro lado, o que podemos considerar como aspecto positivo da situação, é a manifestação da solidariedade do brasileiro. A mobilização da sociedade civil, governo, empresas e terceiro setor é enorme. Cada um fazendo o que está ao alcance para amenizar a difícil realidade das famílias gaúchas. As doações — sejam elas financeiras, em mantimentos e materiais, ou em ajuda com trabalho voluntário — são incontáveis e seguem ativas. Isso, certamente, trouxe algum alívio aos muitos corações feridos que estão lá na parte de baixo do mapa do nosso país.
O Instituto Haroldo Jacobovicz fez a doação de 370 mil litros de água mineral, 800 fraldas, 200 kits de higiene pessoal e de limpeza que seguiram para uma das cidades mais atingidas, Lajeado, a 145km da capital, Porto Alegre. Junto aos colaboradores das nossas empresas em Curitiba-PR, Osasco-SP e Anápolis-GO, arrecadamos mais de dois mil itens entre alimentos não perecíveis, roupas de inverno, jogos de lençol, cobertores, fraldas, produtos de higiene e limpeza numa campanha em parceria com os Correios que se estende até 31 de maio.
Para finalizar, deixo aqui uma opção para quem ainda quer ajudar o Rio Grande do Sul. A iniciativa do governo gaúcho, que já conta com mais de 100 milhões de reais arrecadados divulga informações atualizadas e recebe contribuições pelo endereço sosenchentes.rs.gov.br/inicial. Claro que você pode enviar donativos ou buscar outras opções de “vaquinhas” e pix de instituições específicas, além de formas alternativas de ajudar. O que vale, mesmo, é participar. São gestos que beneficiam os gaúchos e a todos nós que formamos um mesmo país e um único povo, o povo brasileiro.