Voluntariado corporativo: uma forma de fazer o bem e prosperar nos negócios

A catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do Sul em maio deste ano foi um lembrete de que nós precisamos uns dos outros, independentemente da região onde moramos, do local onde trabalhamos ou da classe social à qual pertencemos. Eventos como o que aconteceu no estado gaúcho colocam em evidência a nossa vulnerabilidade como seres humanos e os problemas estruturais de algumas cidades, além de questões sociais. Tudo isso nos faz refletir.

E como as empresas entram nessa história?

Bom, é fato que o mundo mudou muito nos últimos anos e, com isso, o comportamento dos consumidores também está diferente do que era décadas atrás. Hoje, eles esperam muito além da entrega de um produto ou serviço de qualidade, mas exigem também valores éticos e sociais das marcas, que inspirem respeito e sejam motivo de orgulho para aqueles que a consomem.

Além disso, os colaboradores da empresa cada vez mais buscam por propósito nas suas atividades do dia a dia. Querem encontrar causas comuns com as marcas empregadoras e somar esforços em ações coletivas. Ao reunir essas duas pontas — consumidores e colaboradores — entendemos que iniciativas voltadas a ações sociais e ao voluntariado corporativo podem ser um caminho positivo a ser trilhado.

Para além dos propósitos pessoais de um empreendedor determinado a fazer a sua parte como ser humano, a mobilização social de uma empresa e de seus funcionários para contribuir com um mundo melhor, tem potencial para fazer a diferença na sociedade. E, ao mesmo tempo, contribuir com o maior engajamento das equipes e a maior consideração da marca pelos consumidores.

O envolvimento com causas sociais e o incentivo ao voluntariado corporativo pode posicionar o negócio no mercado como empresa consciente e marca de valor, comunicando seus princípios, seus objetivos, seu propósito e sua cultura empresarial.

Vale destacar, ainda, que o voluntariado corporativo também ajuda a empresa a identificar com mais clareza, e até a desenvolver, as características e qualidades da sua equipe. Entre elas: espírito de liderança, iniciativa, proatividade, organização, efetividade, criatividade e valores pessoais. Pensando em valores humanos, acredito que ajudar o próximo deve ser um norte na vida de todos.

A Arlequim Technologies, companhia da qual sou cofundador e presidente do Conselho de Administração, e que atua no ramo de virtualização de computadores, já traz em seu core business a tecnologia para promover sustentabilidade — por meio do consumo consciente e da redução do lixo eletrônico, atenuando, os impactos negativos da sociedade no meio ambiente.

A empresa também está envolvida em causas sociais, por meio do Instituto Haroldo Jacobovicz, braço social do grupo empresarial do qual faz parte. Em linha com um dos seus valores corporativos — “pessoas como protagonistas das realizações” — a Arlequim promove diversas formas de voluntariado corporativo junto aos colaboradores.

No segundo trimestre deste ano, o calendário anual de atividades do Instituto Haroldo Jacobovicz foi apresentado em reunião com representantes de diferentes áreas. Foi uma forma de convidá-los a atuar como voluntários em campanhas de arrecadação de agasalhos, doação de sangue, mutirões humanitários, distribuição de alimentos, assistência a idosos e a pessoas com deficiência, dentre outras.

O encontro sobre voluntariado corporativo teve a participação da vice-presidente Estadual na Rede Feminina de Combate ao Câncer Paraná, Ângela Zanlorenzi, que dividiu com o grupo suas experiências em mais de 19 anos de trajetória ligada à atuação voluntária.

Enfim, o envolvimento com causas sociais viabiliza a transformação, faz a ajuda chegar mais longe e a quem precisa, além de nos engrandecer como seres humanos. Acredito que, sempre que possível, cabe às empresas agir como catalisadoras de movimentos de mobilização social em prol do bem comum.