Xadrez: conheça as lições que podem ajudar você no mundo dos negócios
Tudo na vida é preparação, aprendizado e desenvolvimento. A todo momento estamos desenvolvendo e aprimorando habilidades. Inclusive em situações descontraídas como uma brincadeira, uma leitura despretensiosa, um filme, um jogo, uma viagem, um bate-papo etc.
Competências como foco, concentração, disciplina, memória, velocidade de raciocínio, paciência, perseverança, dentre outras, não são construídas de uma hora para outra. Pelo contrário, exigem trabalho constante. Desde criança, somamos experiências e fortalecemos talentos, mesmo sem perceber. Exemplo clássico é o jogo de xadrez, meu preferido quando criança, que, além de contribuir com todas as características citadas, tem muita sinergia com o mercado corporativo.
Para explicar melhor e sair somente da percepção de um engenheiro, empresário, e investidor que simpatiza com a prática do xadrez, trago algumas considerações de quem realmente entende do assunto: a Federação Cearense de Xadrez.
Segundo a entidade, o jogo de xadrez permite muitas analogias com o ambiente empresarial que vão do foco no objetivo até o trabalho em equipe. É um esporte cuja prática ajuda a desenvolver o perfil de gestão e liderança. Há seis lições ensinadas pelo jogo nesse sentido e a primeira delas é trabalhar com objetivos e metas.
Cada grupo de peças trabalha por um objetivo comum: cercar o Rei adversário. No decorrer da partida, as peças trabalham juntas para alcançar a meta. Em momento algum o jogador experiente perde esse foco. No caminho até o resultado, pode ocorrer a captura de peças, ou uma perseguição à Rainha adversária, mas a missão maior permanece sendo o xeque-mate. Todo cuidado é pouco para não falhar no resultado (foco) nem perder pelo tempo (prazo).
A lição seguinte é o trabalho em equipe. A partida de xadrez fica inviável somente com bispos ou cavalos — ganha quem comanda melhor todo o exército, extraindo o melhor que de cada peça. O jogador precisa coordenar suas peças — desde o peão até a Rainha — em prol de um único objetivo. Cabe ao praticante fazer com que cada integrante do tabuleiro cumpra o seu papel da melhor forma, trabalhando em harmonia.
O planejamento também está entre as lições. Para a Federação Cearense, um plano ruim é melhor do que nenhum plano; e, “no xadrez, assim como nos negócios, um plano é absolutamente necessário para chegar à vitória”. Na partida, os movimentos não podem ser aleatórios — cada lance e suas consequências são calculados. Antes de cada execução, há um planejamento, uma avaliação das possíveis consequências.
Outro item que faz parte do quadro lições ensinadas pelo xadrez é a tomada de decisões. Jogar com essa ou aquela peça? É a melhor hora para agir? Devemos ir para o ataque agora, ou ainda é necessário ‘arrumar a casa’, cuidar da defesa do nosso Rei e depois partir para a ofensiva? Cada lance requer uma nova avaliação e uma decisão deve ser tomada antes de cada novo movimento de tabuleiro.
A responsabilidade é outra característica fomentada pelo jogo. O xadrez é um esporte que praticamente exclui a variável da sorte. Tudo o que acontece tem como responsável direto o jogador que escolheu este ou aquele movimento. Quando a pessoa não calcula as possibilidades ao máximo, quando joga de forma displicente, ou subestima o perigo é bem provável que encare uma derrota. Enfim, não há como fugir da responsabilidade no xadrez.
Para fechar nossas analogias, há a evolução na lista de lições ensinadas pelo xadrez. Construir um jogador forte exige uma combinação de fatores, que inclui analisar as suas próprias vitórias e derrotas, além de identificar isoladamente os erros e acertos ao longo de muitas partidas. Dentro de uma empresa, não é diferente. É quase impossível um gestor acertar todas as decisões ao longo de sua carreira. Erros acontecem em algum momento, mas é preciso avaliar os resultados para ver como a liderança lidou com os erros e se repetiu os mesmos equívocos ou não. No xadrez e nos negócios, as falhas podem ser corrigidas para instaurar um processo de evolução e melhoria contínua.
Então, você concorda com as lições citadas? Poderíamos também acrescentar outros pontos importantes que o jogo tem em comum com a vida empresarial como a inteligência emocional, o autocontrole e a capacidade de lidar com a pressão. Mas, de modo geral, acredito que essas seis lições elencadas pela Federação Cearense de Xadrez ilustram bem a importância do jogo em nossa caminhada profissional e pessoal.
O convite é ficar atento às lições escondidas — e valiosas — por trás das inúmeras atividades corriqueiras que desempenhamos no nosso dia a dia. Continuar aprendendo sempre — o tal ‘lifelong learning” é um estado de espírito, uma permanente abertura para o novo. Vai muito além do meio acadêmico, dos treinamentos corporativos ou dos cursos online, está na vida da gente.
Se ficou curioso sobre as lições enxadristas, acesse a publicação completa da Federação Cearense de Xadrez aqui.